Manuel Paula: a arte de bem cozinhar

Redacção
"Devo tudo aos meus clientes que sempre me apoiaram e também aos meus colaboradores, quer na cozinha quer no serviço à mesa, não esquecendo a compreensão dos nossos fornecedores", salienta.

Nasceu em Armamar, terra afamada por aí crescerem as melhores maçãs do país e ainda mais famosa por estar a dois passos do parque natural do Gerês, um dos mais belos recantos naturais de Portugal. Filho de agricultores, desde muito jovem sentiu a atração pela riqueza que a agricultura nos dá. Aos catorze anos rumou ao Porto, a grande cidade, naquela época bem distante das suas origens. O primeiro emprego que encontrou foi no restaurante do hotel Inca, onde começou por lavar pratos e ajudar na limpeza. Mas cedo lançou-se na arte da cozinha conseguindo concretizar esse sonho no então famoso restaurante Braseiro, sobranceiro à estrada entre Gaia e Espinho. Por aí ficou vários anos, apurando os seus conhecimentos gastronómicos. Não tardou a ser respeitado pela “nobreza do carácter” e pelo seu apego valorização da cozinha tradicional portuguesa.  Daí surgiu-lhe uma proposta para ir para o Refúgio D’El Rey, em Ul, onde aprofundou ainda mais as suas inatas qualidades como chef. Surgiu, então, a oportunidade de ir para uma pizzaria de luxo na vizinha cidade de S. João da Madeira. A sua contagiante simpatia e competência chamaram a atenção dos clientes e o proprietário desse restaurante, assoberbado com outros negócios, fez-lhe a proposta de ele ficar com o restaurante. Manuel Paula, já com o estatuto de “chef” não hesitou e assumiu esse desafio.

O início da “aventura” no Harpa

“No início não foi fácil porque as responsabilidades eram muitas e a mudança de paradigma do restaurante exigia total dedicação, muito trabalho e investimento”, confessa.  

“Criar um novo modelo de serviço, novos colaboradores e fornecedores foi uma tarefa gigantesca”, acrescenta. Mas aos poucos, o Harpa, criado em 2005, foi-se transformado numa referência de bem servir em toda a região. A aposta estava ganha.  

“Devo tudo aos meus clientes que sempre me apoiaram e também aos meus colaboradores, quer na cozinha quer no serviço à mesa, não esquecendo a compreensão dos nossos fornecedores”, salienta.

Devo tudo aos meus clientes e aos meus colaboradores

“Hoje orgulho-me da decisão que tomei e sinto uma grande alegria ao ver o sorriso de satisfação dos meus clientes que me tratam com um carinho que me faz feliz”, diz.

Com uma fiel clientela, sobretudo de sanjoanenses, mas também de pessoas de Escapães, Feira, Oliveira de Azeméis, Cesar, Nogueira do Cravo, Vale de Cambra, Estarreja e até de Aveiro e Porto, o Harpa é mesmo uma referência gastronómica de excelência na região.

“O segredo do êxito está na qualidade dos produtos e a matriz da cozinha tradicional portuguesa a que pomos ‘uns pozinhos de contemporaneidade’ e que complementamos com a preocupação de um serviço atencioso à mesa”, explica.

Com uma garrafeira vasta e de qualidade e sobremesas exóticas poderia pensar-se que os preços seriam exorbitantes, mas o chef Manuel Paula esclarece que “as nossas refeições são muito em conta e a qualidade no serviço no restaurante é mesma do que o serviço para fora que foi o que nos safou durante a pandemia”.

No próximo dia 5 de Janeiro, o Harpa comemora mais um aniversário e irá brindar os seus fiéis clientes com uma “pequena surpresa, homenageando os que tanto nos têm apoiado”.

Entretanto, uma exposição da artística plástica Alzira Relvas, patente na galeria e no restaurante, é mais um motivo para uma visita a um restaurante que já é dos mais famosos do país.