“A ‘ALMA OLIVEIRENSE’ ESTÁ A PERDER-SE”

Antigo coordenador técnico da equipa chinesa do Shaanxi Wave Football Club, o treinador Fernando Espiga não esconde o desejo de um dia vir a ser o timoneiro da União Desportiva Oliveirense (UDO).

Fernando Espiga é um dos poucos sobreviventes da chamada “alma oliveirense” e manifesta, por isso, a sua tristeza pela perda desse sentimento que fez da UDO um clube de referência no panorama desportivo nacional.

O técnico – já com uma longa carreira profissional e que na posição de ponta de lança vestiu a camisola oliveirense em todos os seus escalões – refere que “nas várias modalidades desportivas a ‘União’ está a ser um palco de ‘samba e salero’ que destrói o seu glorioso passado”.

Recordando o exemplos de figuras míticas da colectividade de La-Salette, como “o mister André e o grande Tião”, sublinha que “é urgente, imperioso, que volte a ser um clube onde se sinta a ‘alma oliveirense’, atraindo jovens para a formação e adeptos para as bancadas”.

Concretamente em relação à saída de Pedro Miguel, como treinador da equipa principal de futebol, é taxativo: “O Pedro Miguel foi ao longo dos anos um ‘bombeiro’ que apagou os fogos que estavam a queimar o clube”.

Fernando Espiga, que é um treinador de nível 4 (qualificação máxima), gostaria de ver “devolvido à UDO o seu estatuto de clube candidato a subir à I Liga”.

“Considero prioritário que o clube crie um centro de formação para as camadas jovens, dotado de condições idênticas de clubes como o Futebol Clube do Porto, Benfica ou Sporting, ou no mínimo como o Feirense”, acrescenta.