Jornalista lança livro sobre história da Banda Musical de Figueiredo

Alberto Oliveira e Silva
Banda Musical de Figueiredo conta 275 anos ao serviço do bairrismo da localidade de Arouca. Livro de Cláudia Oliveira apresenta a História e as Histórias desta construtora de identidade D. R.

Instituição construtora de identidade comunitária, a Banda Musical de Figueiredo (BMF) reclama a gloriosa idade de 275 anos, mantendo-se como traço de união e orgulho para os habitantes de Figueiredo, na União de Freguesias de Arouca e Burgo.

Autora da obra – comemorativa – “Banda Musical de Figueiredo – 275 Anos de História e de Histórias”, a jornalista arouquense Cláudia Oliveira realçou os testemunhos dos veteranos que, directa ou indirectamente, têm um trajecto de décadas neste colectivo: “das conversas com eles ressalta um bairrismo muito grande; as pessoas sentem a Banda como sendo algo que lhes pertence”, afirma.

Edificou um livro que “tenta fazer uma contextualização histórica” do percurso mais que bicentenário da instituição. Logo avisando que não é historiadora, antes jornalista, fez da sua propensão natural e profissional para “ouvir pessoas” o isco com que foi pescando o trajecto da BMF.

Cláudia Oliveira explicou que plasmou nas páginas da obra as histórias de personalidades que por terem sido músicos ou familiares de músicos, nomeadamente esposas, tinham algo a dizer sobre o trajecto da entidade.

Dessas conversas sacou histórias e não estórias, porque os relatos também permitem contextualizar historicamente a vida da Banda nas últimas décadas.

Nesses diálogos percebeu bem como, em tempos em que as comunidades forçosamente tinham de relevar mais o Ser do que o Ter, se dava valor ao que hoje se pode chamar de activo cultural. Daí o bairrismo à flor da pele.

“Os nomes dos músicos que saíam para outras bandas ficavam bem gravados nas memórias das pessoas”, constatou.

Contou o caso de um músico que tinha decidido transferir-se para a Banda Musical de Arouca, mas que tinha o “azar” de necessitar que água de rega atravessasse um campo do maestro de então antes de chegar ao seu campo. E não é que o fluxo de água cessou… Sem surpresa, decidiu permanecer na Banda de Figueiredo!

A influência desta instituição musical alargou-se, nomeadamente, porque foi através de elementos dela saídos que se formaram bandas congéneres no Burgo, então sede da freguesia, e na vila de Arouca.